Distribuições Linux

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Quem ainda não conhece os muitos sistemas operacionais equipados com Kernel Linux, tem uma pequena tendência a se enrolar no entendimento e/ou na escolha da distribuição Linux que irá utilizar ou que utilizará em seu, digamos, amadurecimento no Universo Linux. Existem tantas distribuições quanto estrelas no céu (brincadeira, não são tantas assim!).

Uma distribuição Linux (também chamadas de distros), é composta basicamente por:
(claro que não é só com isso!)

1. Kernel Linux

Inicialmente uma distro tem o núcleo Linux, que é nada mais e nada menos que um gerenciador de recursos do hardware do computador, o núcleo basicamente faz com que o software consiga utilizar o hardware, sendo um intermediador nesta comunicação software e hardware.

O núcleo Linux foi desenvolvido por Linus Torvalds com a contribuição de outros programadores que se eu tivesse de citar seus nomes a lista seria imensa. O núcleo (Kernel em inglês) é disponibilizado sob a licença GNU GPL 2 que resumindo, dá a liberdade para que qualquer pessoa possa UTILIZAR, ESTUDAR, MODIFICAR e DISTRIBUIR de maneira livre ou comercial. O Kernel Linux é utilizado em mais aparelhos do que você possa imaginar. Se você tem um smartphone com Android... é isso aí mesmo! Acesse as informações legais do dispositivo e comprove você mesmo! (Configurações > Sobre o telefoneInformações legais > Licença > /kernel).
 
Tux
Desenho original de Larry Ewing que utilizou inicialmente o editor de imagens mais conhecido do mundo de código aberto, o GIMP.


2. Linux Standard Base (Base Padrão de Linux)

Esta é uma das características fundamentais de qualquer distribuição baseada em Linux. Quem utiliza distros Linux a mais tempo, provavelmente já teve que instalar um software de uma distro, por exemplo, .rpm (Red Hat Package Manager) (bem resumidamente, é o formato padrão de pacotes da distro Red Hat, este pacote contém um software pré compilado que pode ser instalado no sistema da maneira mais simples possível.), em uma distro Debian, naturalmente este usuário pesquisou e encontrou um conversor de pacotes .rpm para .deb (Formato de pacotes de distros Debian) e após a conversão executou seu software perfeitamente em sua distro Debian.

Daí você me pergunta... Oh My God, How it is possible?!? (claro se você ao menos tem noções básicas de inglês e queira utiliza-las! :)

O que garante a compatibilidade independente da distro que você está utilizando é a LSB (Acrônimo para Linux Standard Base), uma estrutura organizacional comum das distros que serve para  padronizar a estrutura interna de sistemas baseados em Linux. Aposto que você já deve ter notado em algum momento que os diretórios de distros Linux são praticamente os mesmos em qualquer que seja a distribuição. O LSB exige que os sistemas baseados em Linux utilizem uma mesma organização de diretórios com o FHS (Filesystem Hierarchy Standard ou padrão para sistema de arquivos hierárquico).

Se você é novato e está utilizando uma distro agora, te convido a abrir o disco onde sua distribuição está instalada e verificar, você encontrará com toda certeza os diretórios:

/bin (Comandos binários do sistema, exemplo cp - comando para copiar via linha de comando!)
/boot
/etc
/media (Quando conectar um pendrive ou inserir um CD ele será montado aqui!)
/mnt
/home (Seus arquivos pessoais estão armazenados dentro de uma pasta dentro deste diretório!)
/root (O diretório do famoso Super Usuário! também conhecido como # root)
/sbin
/sys
/tmp (Diretório de arquivos temporários!)
/usr
  /usr/games/ (Este é o mais legal!!!)
     /usr/share/games/

- Nossa como você sabe disso, você é um hacker ou algo do tipo?!? Não e Sim ao mesmo tempo, mas sei disso por simplesmente conhecer alguns dos padrões adotados pelo LSB. Claro que dependendo da distribuição podem existir diretórios a mais ou nem todos estes citados acima, isto pode depender do projeto.

No caso de um conversor de pacotes, pode haver um ou outro diretório específico de cada distro que o conversor tem instruções para copiar os dados nos diretórios que são equivalentes para armazenar aquele tipo de arquivo em distros diferentes.

3. Interface Gráfica ou não

A maneira como você interage com o computador é possível graças à Interface Gráfica... ou a ausência dela!

Existem várias interfaces gráficas para as distros Linux. Elas são desenvolvidas assim como as distros e cada uma tem um objetivo principal, seja este, tornar sua distro mais leve, consumindo menos recursos, ser totalmente personalizável, dar mais agilidade e praticidade ao usuário. Algumas distros no entanto, não vem acompanhadas com um interface gráfica tendo de utilizar o computador totalmente a partir de comandos, mesmo assim, se for de preferência do usuário pode-se instalar qualquer interface gráfica disponível.

Algumas das interfaces mais utilizadas nas distribuições são:

Gnome-shell
Gnome-shell
Interface Gráfica Gnome-shell

Gnome 2
Interface Gráfica Gnome 2, versão anterior ao novo Gnome-shell, uma das mais famosas até hoje - By Developers around the GNOME project [GPL (http://www.gnu.org/licenses/gpl.html) or LGPL (http://www.gnu.org/licenses/lgpl.html)], via Wikimedia Commons

Plasma - KDE
KDE
Interface Gráfica KDE, conhecida principalmente pela personalização.

XFCE

XFCE
Interface Gráfica XFCE, conhecida principalmente pela leveza e simplicidade.

E o Modo Texto
Modo de Texto na Distribuição Elementary OS Luna

4. Conjunto de Aplicações

GNOME Software Center icon (unofficial) by 0rAX0
Por ultimo, e podendo dizer, mais importante, os aplicativos. Afinal, do que adianta ter um belo núcleo, padrões e interfaces gráficas se você não tem o que fazer com isso, não tem como gerenciar seus arquivos, ver um vídeo, se entreter com um jogo, etcetera e tal.

Toda distro Linux vem acompanhado geralmente de:

Aplicações básicas como:
Calculadora e capturador de tela;
Gerenciador de arquivos;
Navegador Web;
Reprodutores de áudio e vídeo;
Visualizador de imagens e galeria;
Editor de texto simples e suíte de aplicações de escritório.

Aplicações do sistema:
Terminal;
Utilitários do sistema, como gerenciador de arquivos compactados e de discos;
Aplicativo de configurações do sistema e uma Central de Programas.

A instalação de novos softwares é realizada pelo gerenciador de pacotes de cada distro, assim pode-se instalar as aplicações da central de programas e de pacotes próprios do sistema com toda a facilidade que você pode ter. O maior esforço que terá de realizar é levar o cursor até o pacote, abri-lo e clicar em instalar, fim.

Algumas aplicações, no entanto, não são disponibilizadas na central de programas ou empacotadas para uma distro, mas como 99% das aplicações são de código aberto, basta baixar o código fonte e compilar o software desejado em sua distro. O código fonte muitas vezes vem compactado com a extensão .tar.gz , .tar.bz2 ou outras semelhantes.

Compilar um programa não é algo de extrema complexidade, as distribuições vem também acompanhadas de um excelente compilador. Os compiladores geram os arquivos executáveis que mais tarde serão utilizados pelo sistema, vez ou outra você precisará mais do que simplesmente compilar o programa, terá também que cumprir todas as suas dependências.

Basicamente para compilar um programa basta descompactar o código fonte, entrar no diretório descompactado ou na raiz do diretório como algumas pessoas gostam de ressaltar e executar os seguintes comandos no terminal (Ctrl + Alt + T) que fazem todo o trabalho duro (mesmo!):

./configure (verifica as características do sistema operacional, arquitetura, versões de bibliotecas, etc; gerando um arquivo de instruções que serão utilizadas pelo GCC. Coleção de Compiladores GNU)
make (compila o código fonte a partir das instruções criadas do comando anterior.)
make install (faz a instalação, copia os arquivos resultantes da compilação nos seus respectivos diretórios do sistema operacional. Geralmente só executa-se este comando com o Super Usuário.)

Juntando tudo isso e mais (se tivesse que explanar todos os assuntos está postagem não teria fim), é gerado então uma imagem de disco, que pode ser baixada gratuitamente ou de maneira comercial no site dos desenvolvedores e gravar em um CD, DVD, Pendrive, etc., etc., restando apenas instalar em seu computador!

Distribuições

Uma Distribuição Linux é um sistema criado para atender á alguma necessidade específica no âmbito tecnológico. Não importa se você é um usuário experiente ou apenas um alienígena novato, a maior parte das distribuições disponíveis para você são GRATUITAS, então se você quer conhecer ou usá-las, distro é o que não falta! Recomendo a leitura deste artigo para esclarecer dúvidas referente à arquitetura de bits em que as distros são disponibilizadas!

As distribuições mais populares atualmente para o uso doméstico são:

Ubuntu

https://design.ubuntu.com/brand/ubuntu-logo

Conhecida por ser a mais famosa distribuição Linux na face deste planeta, passou por muitas mudanças visuais e aprimoramentos desde sua primeira versão. Talvez a Canonical (empresa que desenvolve a distro) saiba o que está fazendo! Esta distribuição tem como base outra distribuição, a Debian. Atualmente existem outras diversas distribuições baseadas no Ubuntu, sendo algumas delas, Linux Mint, Elementary OS, Edubuntu. Enfim, se quiser conhecer todas as distribuições criadas com base na Debian, Slackware e Red Hat, veja a Linha do Tempo de Distribuições GNU/Linux (é como uma hierarquia do código genético).

O Ubuntu possuí uma espécie de esfera de distribuições oficiais, que são tituladas conforme a interface gráfica utilizada, por exemplo:

GNOME + Ubuntu = Ubuntu GNOME
KDE + Ubuntu = Kubuntu
LXDE + Ubuntu = Lubuntu
XFCE + Ubuntu = Xubuntu

Você pode conhecer todas aqui!

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Linux Mint

Logo Linux Mint by Clement Lefebvre [CC BY]

Conhecida por ser uma distro que já vem completa para uso e é a mais recomendada para usuários comuns ou novatos. Esta distro tem como base o Ubuntu, mas recentemente seus desenvolvedores lançaram uma versão baseada no Debian, talvez queiram mais estabilidade retornando às raízes. Aliais, a distro vem com várias edições com outros ambientes gráficos, KDE, Mate, Cinnamon e Xfce.

Cinnamon - Linux Mint
Linux Mint com a Interface Gráfica Cinnamon
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Debian

Debian Logo

Hmmmm... Não tenho muito o que falar, afinal está é a distro base das duas anteriores, então boa parte das facilidades que você conhecer utilizando o Ubuntu ou Linux Mint, pode acreditar que é graças ao projeto Debian!

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Fedora

A distro Fedora originou-se um pouco depois de a empresa Red Hat voltar seus olhos para o mundo empresarial. A comunidade de usuários experts passou a desenvolver o Fedora Core que recebeu o nome de Fedora mais tarde. Por padrão o Fedora utiliza a interface gráfica gnome-shell, mas há também a KDE.

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É claro que as distribuições Linux não tem somente foco em usuários comuns, existem distribuições para teste de segurança, servidores web, computação forense, estúdio de edições e por aí vai. Achou interessante? O site DistroWatch contém uma lista das 100 distribuições mais acessadas, além de suas respectivas peculiaridades. Faça o download de uma distro e instale em uma máquina virtual ou DualBoot e comece a experimentar o sabor da liberdade!

Fontes:


Imagens:
Tux - http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Tux.svg
Gnome-shell - http://www.gnome.org/gnome-3/
Gnome 2 - http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gnome-2-22.png
KDE - http://www.kde.org/workspaces/plasmadesktop/
XFCE - http://www.xfce.org/
Linux Mint - http://www.linuxmint.com/pictures/screenshots/qiana/gallery/thumb_5.jpg

Logos:
Ubuntu - http://design.ubuntu.com/wp-content/uploads/logo-ubuntu_st_no%C2%AE-black_orange-hex.svg 
Linux Mint - http://linuxmint-art.org/content/show.php/Official+logos+%28white+background%29?content=123381
Debian -  https://www.debian.org/logos/openlogo.svg

Outras fontes de consultas:
http://www.pathname.com/fhs/
http://www.linuxfoundation.org/collaborate/workgroups/lsb


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